Carlos Alberto Pires nasceu em Macedo de Cavaleiros em 1951, adoptando Meles, onde de garoto crestava à rédea solta nas férias grandes, como terra do seu paraíso.
Em 1963 ingressou no Colégio dos Maristas, em Leiria. Cinco anos, uma universidade. Ali aprendeu a métrica; ali tomou gosto à cadência no verso, das dez sílabas trazidas de Itália por Sá de Miranda às onze criadas por Guerra Junqueiro; ali se encheu de proa aos 13 anos, quando viu exposta no jornal de parede, O Abelha, escrita à máquina pelo Irmão Director, a sua primeira poesia, em redondilha maior.
Abrira-se a porta da sua paixão, primeiro a poesia, depois o jornalismo. O Mensageiro de Bragança (1970-72), em tempos de rebusco de palavras para fazer passar na censura do Exame Prévio a palavra certa, foi marcante. Simbólico, a talho de memória, um diálogo revestido a metáforas, edições a fio, com Abel Guerra – autor de Elementos de Composição Literária, por que se estudava nos seminários – a propósito de umas pedradas inspiradas em Marcelo Caetano. Nesse semanário, da diocese, único jornal da cidade, coordenou a página literária ‘Tribuna dos Novos’ em que o velho gramático e lendário jesuíta, sob vários pseudónimos, versejava, sempre que a musa lhe acudia à sanidade ou às raízes. Fez parte do ÈNIÉ – Uma Voz do Nordeste Português (1975) e Domus (1977). Em pleno serviço militar publica In Versos (1973), sendo autor, com Ernesto Rodrigues, João Rodrigo e Raul Morais, de JC Falhou um Penalty (em 1976).
De Bragança para Lisboa, entrava no semanário Tempo (1978-1988), tendo integrado as Redacções do matutino Portugal Hoje (1982), revista Viajar (anos oitenta), Notícias de Primeira Página (1988), O Liberal (1989), Semanário (1990-1992) e revista Exame (1993-1995).
Interrompeu o jornalismo para assessorar a então ministra do Ambiente (1995-1999) e do Planeamento (1999-2000) Elisa Ferreira, aceitando o desafio de criar o Gabinete de Imprensa do Infarmed em 2000, instituição a que esteve ligado até 2020.
