Descrição
A presença cristã-nova no concelho de Idanha-a-Nova foi muito significativa no contexto criptojudaico beirão e Monsanto foi a segunda localidade idanhense que estes judeus secretos escolheram para viver. Monsanto foi vítima de três visitações persecutórias de “hereges”, sobretudo judaizantes: a primeira, do bispado da Guarda em 1572; as duas seguintes, da Inquisição de Lisboa, em 1579 e 1618.
Em 1572, nove membros da família Rodrigues foram presos, só escapando uma filha, que conseguiu fugir. Em consequência, nenhum criptojudeu monsantino foi preso em Monsanto até 1703, apesar de alguns o terem sido noutras localidades onde se tinham refugiado da perseguição inquisitorial. Contudo, sabemos que continuaram a viver lá cristãos-novos, pois foram sujeitos a um imposto especial em 1631, tal como os de outras localidades.Os cristãos-novos monsantinos mantiveram uma mobilidade constante entre aquela vila e Idanha-a-Nova. Um exemplo disso é o episódio da monsantina Brízida Nunes, que esteve envolvida numa tentativa de fuga entre a Rua Dr. José Silvestre Ribeiro e o poço do Largo do Corso, em Idanha-a-Nova, quando ia escoltada sob prisão para a Inquisição de Coimbra.Há fortes indícios de que o “Moinho do Judeu”, situado na Lomba do Ouro, na confluência entre a Ribeira do Pônsul e a Ribeira do Ameal, faça jus ao seu nome, pois ostenta ainda duas cruzes com menorás invertidas (imagem ao lado) nos portados da casa do moleiro.
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