Descrição
Pela meia-noite do dia 12 de Dezembro de 1904, os alunos de Teologia do Seminário de Bragança revoltaram-se contra o vice-reitor e os prefeitos. Com o uso de machado, arrombaram portas e dispararam tiros de pistola com o intuito de acederem à ala dos quartos destes superiores para os confrontarem com as normas disciplinares consideradas excessivas. A mais gravosa delas era o seu encarceramento nos quartos, a que retiravam as chaves durante a noite.
O acontecimento assumiu contornos políticos e sociais inimagináveis. Provocou um amplo debate nos jornais regionais e nacionais, provocou acesas discussões na Câmara dos Pares e dos Deputados, nos bispos contra os decretos do ministro da tutela, considerando-os regalistas, e chegou ao conhecimento da Santa Sé. Interveio o papa Pio X, proibindo o bispo de Bragança, D. José Alves de Mariz, de ordenar os seus seminaristas, vindo a levantar esta interdição apenas três anos mais tarde.
Sempre bem estribado em documentos e nos jornais da época, o autor desenvolve toda uma trama, em modo de ficção novelística, sob o ângulo vivencial dos alunos teólogos do Seminário, numa abordagem aprofundada baseada nas suas próprias vivências e conhecimento de seminarista teólogo que foi, há cerca de meio século.
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