Descrição
«Foi no Posto de Comando do Movimento das Forças Armadas, instalado no quartel da Pontinha, que o MFA comandou as operações, sofreu nos momentos de incerteza, prendeu Marcelo Caetano, o paladino do regime, reuniu pela primeira vez a Junta de Salvação Nacional (JSN), ordenou a libertação dos presos políticos, redigiu a maioria dos comunicados à imprensa, alterou o programa do MFA por imposição dos generais António de Spínola e Costa Gomes e realizou a primeira conferência de imprensa da JSN.
Contudo, e apesar do Posto de Comando do MFA ser núcleo museológico desde 2001 e monumento nacional desde 2015, este espaço de memória altamente simbólico do 25 de Abril não tem merecido a devida atenção. Ao publicar este livro, procura-se dar-lhe a visibilidade que merece, proporcionar informação sobre a vivência das operações da Revolução ali comandadas e facilitar documentação da sua evolução até à classificação como monumento nacional.
Este estudo também pretende ser uma homenagem à comunicação social, que foi os olhos e ouvidos do povo português no 25 de Abril, ávido de informação, mas com natural desconfiança devido ao histórico da acção das Forças Armadas e à gorada tentativa do “golpe das Caldas” de 16 de março desse ano. Escolhemos o jornal diário República para representar o conjunto dos órgãos de informação – a rádio, os jornais e a RTP -, porque era a maior referência da imprensa de Oposição à ditadura e, não por acaso como veremos, foi através das suas (re)edições que nós nos certificámos (e eu em particular) de que se tratava da instauração de um Portugal livre e democrático. É por isso que o formato deste estudo apela ao modelo (redimensionado) da 3.ª edição do República do dia 25 de Abril de 1974, com uma capa similar à dessa informação, reproduzida na contracapa.»
Jorge Martins
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