Descrição
O aviador Charles Lindbergh amarando de emergência em Portugal. O revolucionário Kerensky, desavindo com o regime soviético, aterrando em Lisboa. O xadrezista Alekhine morto no Estoril. Ou o pai do rato Mickey, em conversações com o regime português, procurando espalhar a sua marca pelo território ibérico.
À partida, estes episódios isolados pouco teriam em comum entre si, mas houve um denominador comum: em todos eles participou o jornalista Luís Lupi, correspondente em Portugal de agências estrangeiras e fundador da Agência Lusitânia. Lupi percorreu todo o século XX como um náufrago à deriva. De convicções pouco firmes, ofereceu apoio e os seus serviços a várias facções. Espiou durante a Guerra Civil de Espanha e talvez durante a Segunda Guerra Mundial. Foi empresário, aventureiro, africanista e comerciante de notícias. Teve uma singular intuição ao prever que o futuro da informação passaria pelas grandes agências noticiosas, mas nunca conseguiu concretizar essa intuição numa ideia de negócio lucrativa.
Com apoio de documentos inéditos de arquivos privados e de outros recentemente abertos, os autores contam a história de uma personagem misteriosa do século XX português. Próximo de Salazar e Caetano, nunca deles foi íntimo; fortemente convicto no colonialismo, nunca daí retirou vantagem. Lupi foi um homem que dançou ao longo da sua carreira fora do tom da música que soava.
Foi jornalista, espião e empresário. E permanece oculto sob um manto espesso de mistério e mito.
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