Descrição
«”A guerra colonial não foi tão marcante como se diz por aí, até o número de mortos por acidente de viação em Portugal foi superior aos mortos da dita guerra.” Esta afirmação, feita num órgão de comunicação social em 2001, por um membro de um partido com responsabilidades governativas, fez despertar em mim uma série de sentimentos: primeiro de espanto e de incredibilidade pela ignorância demonstrada e, depois, de raiva… quando constatei que ali não havia ignorância, mas má-fé. Assim, trinta e tal anos depois de terminar a minha comissão em Moçambique, despertou em mim a necessidade de escrever. Comecei, portanto, a escrever para desabafar. Era importante deitar cá para fora o que só em conversas de amigos com experiências idênticas esporadicamente abordávamos. Pensando melhor, além de me dar prazer, é capaz de ser um bom legado para os meus filhos e para os meus netos, se os vier a ter. Continuei a escrever mais umas páginas. E assim surgiu este livro dedicado também aos meus camaradas de armas, que comigo atravessaram a odisseia africana, dedicado a todos os que combateram na guerra do Ultramar, que deixaram tudo o que lhes era mais querido, alguns inclusive a vida, para cumprir um dever. Os factos são verdadeiros, não recorri a cartas ou outros elementos, recorri apenas àquilo que me ficou na memória. Alterei os nomes e os postos dos personagens para evitar eventuais susceptibilidades, e optei por uma escrita romanceada para amenizar o que se poderia tornar algo agreste.»
Do Prefácio
Este livro recebeu a Menção Honrosa atribuída em 2023 pelo «Prémio Literário Antigos Combatentes – Memórias Militares», do Ministério da Defesa.
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