Descrição
«Um poeta é um poeta, é um poeta e é um poeta. Pouco importa sobre o que escreve porque na poesia o que vale é sentir. Conheci o poeta Arnaldo Cardoso de Vilhena por causa do seu neto Luís. O Luís tinha os poemas, muitos poemas. Poemas de coração, poemas de família. Poemas de amigos. Poemas de lugares, talvez sobretudo de lugares. E o ritmo incomparável dos poemas. Mas o Luís não tinha livro. Arnaldo, seu avô, o poeta, escreveu com o descomprometimento da publicação. Poemas puros daqueles de atirar para as gavetas. E de lá ficarem anos e anos a fio. Perdidos ou não, porque os poemas evolam do papel e trepam-nos pelas paredes dos sentidos e das memórias. Não há gavetas que aprisionem os poemas.
Houve aquele momento em que o Luís me pediu para catalogar os poemas do avô Arnaldo, mas os poemas também não gostam de ser catalogados. A linguagem mais livre dos Homens é a da poesia. Por isso deixei que eles se entornassem na minha frente e ganhassem a forma de um livro, que é este. E fez sentido. Ou seja, cada um foi reclamando o seu lugar na hierarquia conjunta de todos eles. E dos poemas se fez volume.»
Afonso de Melo
Prefácio
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