Desde há 20 anos, numa dezena de livros, muitas revistas e mais de 500 páginas de jornais, os autores abraçaram a tarefa de libertar do esquecimento da história uma nação de judeus que habitou o Nordeste Trasmontano e ajudou a formar a matriz cultural regional.
Mostram-nos uma nação com uma economia forte e dinâmica, baseada na exploração dos recursos endógenos e criando indústrias de ponta, nos domínios da agro-pecuária, da tecelagem, dos curtumes, da sericultura, da ourivesaria… Nesse tempo o Nordeste Trasmontano não era uma periferia mas um centro exportador. E exportava não apenas para as grandes cidades portuguesas mas também para a Europa, do Norte e do Sul, e para outros continentes, de onde importava especiarias, açúcar, tabaco, ouro e prata… Mostram-nos uma nação Trasmontana comercial, agressiva, que se instalou no Porto e em Lisboa, no Algarve e nas Beiras, e partiu para a África, as Índias e as Américas, organizada em fantásticas redes familiares de negócios.
Neste livro mostram como em Linhares da Beira se cruzaram famílias da nação hebreia de Trás-os-Montes e das Beiras, em uma dessas redes, que se estendia ao Brasil e foi dar vida a chãos de Bordéus, de Londres, da Jamaica e outras terras Americanas. Ainda hoje, na cidade de Vancouver, costa oeste do Canadá, o arquiteto Richard George Henriquez se apresenta como orgulhoso herdeiro dessa nação sem terra e sempre em movimento.
