Na Segunda Guerra Mundial, a perseguição aos judeus assumia proporções terríveis nos países ocupados pela Alemanha. Em 1939, a Polónia deu ao governo alemão o primeiro passo de concordância - transferiu e aprisionou, no exíguo espaço do antigo quarteirão judeu, os 400 mil judeus de Varsóvia, e mais tarde, os outros 100 mil evacuados de populações vizinhas. Um muro foi construído para isolar o bairro, que se tornou num gueto, no sentido mais horrendo da palavra. Em 1940, nascia a resistência judaica. A 9 de Janeiro de 1943, Himmler, apareceu de surpresa em Varsóvia dando ordens para arrasar o Gueto e exterminar todos os seus habitantes. Assim, no dia 18 de Janeiro desse ano, vários batalhões das SS marcharam rumo ao Gueto, mas, foram, surpreendentemente, acolhidos por granadas e metralhadoras e obrigados a retirar. Os «Líderes do Levante» difundiram, através de uma rádio clandestina, mensagens emocionantes: «Declaramos guerra à Alemanha, é a declaração de guerra mais desesperada que já foi feita. Organizamos a defesa do Gueto, não para que o gueto se possa defender, mas para que o mundo veja a nossa luta como uma advertência e como uma crítica.» Em 19 de Abril de 1943, forças alemãs, polacas, ucranianas e lituanas cercaram o Gueto. As ordens de Hitler: usar todos os meios necessários para aniquilar o gueto. A resistência foi eliminada e todos os habitantes foram assassinados ou enviados para campos. Este livro, publicado na Polónia, em 1988, foi agora traduzido para português. Reúne testemunhos de sobreviventes do gueto, incluindo o depoimento de Marek Edelman, habitante do gueto de Varsóvia, militante da resistência judaica, e que, após sessenta anos do genocídio, continua a residir na Polónia.
